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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A GRALHA-AZUL (Cyanocorax caeruleus)


A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) é uma ave passeriforme da família dos corvídeos, com aproximadamente 40 cm de comprimento, de coloração geral azul vivo e preta na cabeça, na parte frontal do pescoço e na superior do peito. Machos e fêmeas têm a mesma plumagem e aparência embora as fêmeas em geral sejam menores.
Embora se diga que seu habitat é a floresta de araucárias do sul do Brasil, por força da dieta composta de insetos, frutos e pequenos invertebrados, esta ave não tem dependência restrita dessas florestas e sua área de distribuição abrange desde o sul do Estado do Rio de Janeiro para o sul, até o Estado do Rio Grande do Sul, sendo freqüente na Mata atlântica da Serra do Mar.
As gralhas-azuis são aves muito inteligentes só suplantadas pelos psitacídeos. Sua comunicação, bastante complexa, consta de pelo menos 14 termos vocais (gritos) bem distintos e significantes. Gregárias, as gralhas-azuis formam bandos de 4 a 15 indivíduos hierarquicamente bem organizados, inclusive com divisão de clãs, bandos estes que se mantêm estáveis por até duas gerações.
No período reprodutivo que se inicia em outubro e se prolonga até março, todos os indivíduos colaboram na construção de ninhos nas partes mais altas das mais altas árvores, preferencialmente na coroa central da araucária, quando lá existente. No ninho feito de gravetos, de cerca de 50 cm de diâmetro, em forma de taça, são postos 4 ovos, em média.
A gralha-azul é o principal animal disseminador da araucária uma vez que, durante outono, quando as araucárias frutificam, bandos de gralhas laboriosamente estocam os pinhões para deles se alimentar posteriormente. Neste processo, as gralhas-azuis encravam fortemente os pinhões no solo ou em troncos caídos no solo, já em processo de putrefação, ou mesmo nas partes aéreas de raízes nas mesmas condições, local propício para a formação de uma nova árvore.
No folclore do estado do Paraná atribui-se a formação e manutenção das florestas de araucária a este pássaro, como uma missão divina, razão porque as espingardas explodiriam ou negariam fogo quando para elas apontadas.
Como a floresta das araucárias tenha sido reduzida a cerca de 4% do que fora antes, a perpetuidade desta espécie de aves é vista com preocupação.

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