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quinta-feira, 14 de junho de 2012

CARTA DA TERRA


PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a.     Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b.    Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a.     Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b.    Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
maior responsabilidade de promover o bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a.     Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b.    Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
a.     Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b.    Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
a.     Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b.    estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c.     Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
d.    Controlar e erradicar organismos não nativos ou modificados geneticamente que
causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
organismos prejudiciais.
e.    Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
f.      Administrar a extração e o uso de recursos não renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a.     Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não conclusivo.
b.    Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
c.     Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências cumulativas, em longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
d.    Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e.    Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a.     Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b.    Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
c.     Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias
ambientais seguras.
d.    Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
e.    Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f.      Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
a.     Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b.    Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c.     Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a.     Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
b.    Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
c.     Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.
a.     Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b.    Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
c.     Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d.    Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais
atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas
consequências de suas atividades.
11. Afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a.     Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b.    Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c.     Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a.     Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b.    Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
c.     Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu
papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d.    Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
a.     Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b.    Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessadas na tomada de decisões.
c.     Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
d.    Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e.    Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f.      Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a.     Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b.    Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c.     Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
d.    Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a.     Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
b.    Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c.     Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a.     Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b.    Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c.     Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d.    Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em
massa.
e.    Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
f.      Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida. 


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PROJETO HIPPIE LIMPO


AO INVÉS DO PODER PÚBLICO DE GAROPABA SE PREOCUPAR EM VOTAR  Projeto 78  QUE TEM COMO FUNDAMENTO O SUPER FATURAMENTO PESSOAL, DEVERIAM SE IMPORTAR  COM CAUSAS QUE ESTÃO AUMENTANDO A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL  E LEVANDO A UMA DECADÊNCIA GLOBAL. 
                                            




     Parte do Lixo coletado na trilha entre a praia da Vigia e Praia da Silveira canto norte. Além dos fundadores  da ONG Brunello e Culin  contamos com a presença ilustre e de extrema importância  de Augusto (guto), Toni (natural), Hector e Osni que ficou cuidando dos trampos da galera. Desde já obrigado pelo apoio e sucesso nas  vossas  caminhadas.

Dia 18 de Novembro de 2011

      A coleta seletiva e a reciclagem de lixo têm um papel muito importante para o meio ambiente. Por meio delas, recuperam-se matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A ameaça de exaustão dos recursos naturais não-renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis.  A questão ambiental,  tornou-se um tema amplamente debatido em todos os meios, em vista da crescente  degradação ambiental existente atualmente e pelo fato de que um ambiente em equilíbrio reflete na qualidade de vida dos povos.   
         A maior parte desses resíduos é lançada a céu aberto , onde é degradado e absorvido pelo solo, entrando rapidamente em contato com rios, lagos e mares. Alem de toda poluição isso também  representa um enorme desperdício de matéria-prima e de energia, resultando numa grave extração  para produzi-lo novamente. Essa degradação ambiental ainda é agravada pela falta de planejamento ambiental. Tal questão, embora conflitante, precisa ser tratada com a seriedade que o caso merece, pois todos nós somos responsáveis pela preservação do meio ambiente e somente se começarmos pelo individual mudaremos o coletivo.

      Pessoal de Garopaba que gostariam de apoiar a causa, todas as semanas estaremos desenvolvendo algum tipo de atividade buscando o bem ambiental, porque o mais importante não é o bem pessoal de juntar um lixo ou joga-lo no seu devido lugar, nem também a pequena porcentagem que influenciará no contexto mundial,  mas sim o exemplo que passamos para quem nos observa.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A GRALHA-AZUL (Cyanocorax caeruleus)


A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) é uma ave passeriforme da família dos corvídeos, com aproximadamente 40 cm de comprimento, de coloração geral azul vivo e preta na cabeça, na parte frontal do pescoço e na superior do peito. Machos e fêmeas têm a mesma plumagem e aparência embora as fêmeas em geral sejam menores.
Embora se diga que seu habitat é a floresta de araucárias do sul do Brasil, por força da dieta composta de insetos, frutos e pequenos invertebrados, esta ave não tem dependência restrita dessas florestas e sua área de distribuição abrange desde o sul do Estado do Rio de Janeiro para o sul, até o Estado do Rio Grande do Sul, sendo freqüente na Mata atlântica da Serra do Mar.
As gralhas-azuis são aves muito inteligentes só suplantadas pelos psitacídeos. Sua comunicação, bastante complexa, consta de pelo menos 14 termos vocais (gritos) bem distintos e significantes. Gregárias, as gralhas-azuis formam bandos de 4 a 15 indivíduos hierarquicamente bem organizados, inclusive com divisão de clãs, bandos estes que se mantêm estáveis por até duas gerações.
No período reprodutivo que se inicia em outubro e se prolonga até março, todos os indivíduos colaboram na construção de ninhos nas partes mais altas das mais altas árvores, preferencialmente na coroa central da araucária, quando lá existente. No ninho feito de gravetos, de cerca de 50 cm de diâmetro, em forma de taça, são postos 4 ovos, em média.
A gralha-azul é o principal animal disseminador da araucária uma vez que, durante outono, quando as araucárias frutificam, bandos de gralhas laboriosamente estocam os pinhões para deles se alimentar posteriormente. Neste processo, as gralhas-azuis encravam fortemente os pinhões no solo ou em troncos caídos no solo, já em processo de putrefação, ou mesmo nas partes aéreas de raízes nas mesmas condições, local propício para a formação de uma nova árvore.
No folclore do estado do Paraná atribui-se a formação e manutenção das florestas de araucária a este pássaro, como uma missão divina, razão porque as espingardas explodiriam ou negariam fogo quando para elas apontadas.
Como a floresta das araucárias tenha sido reduzida a cerca de 4% do que fora antes, a perpetuidade desta espécie de aves é vista com preocupação.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

QUERO-QUERO (Vanellus chilensis)

Quero-quero macho
O quero-quero (Vanellus chilensis), também conhecido por tetéu, téu-téu, ero-ero, terém-terém e espanta-boiada. é uma ave da ordem dos Charadriiformes, pertencendo a família dos Charadriidae. Muito popular no Brasil, vive em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, frequentemente longe d'água. Seu nome é uma onomatopeia de seu canto.
Características:
Quero-quero fêmea
Mede 37 cm, peso 277 g. Possui um esporão pontudo, ósseo, com 1 cm de comprimento no encontro das asas, uma faixa preta desde o pescoço ao peito e ainda umas penas longas (penacho) na região posterior da cabeça, tem um desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem. A íris e as pernas são avermelhadas. O esporão é exibido a rivais ou inimigos com um alçar de asa ou durante o vôo. Macho e fêmea são semelha. O som que parece soar “quero-quero”que da nome a ave é emitido dia e noite.
Alimentação:
O quero-quero se alimenta de invertebrados aquáticos e peixinhos que encontra na lama. Para capturá-los, ele agita a lama com as patas para provocar a fuga de suas presas. Também se alimenta de artrópodes e moluscos terrestres.
Reprodução:
Ovos de quero-quero
são espantados do ninho fingem-se de feridos a fim de desviar dali o inimigo; o macho, torna-se agressivo até mesmo a um homem. Os filhotes são nidífugos: capazes de abandonar o ninho quase que imediatamente após o descascamento do ovo.
 Hábitos:
Costuma viver em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, frequentemente longe d'água. O quero-quero é sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domínios. É uma ave briguenta que provoca rixa com qualquer outra espécie habitante da mesma campina. As capivaras tiram bom proveito da convivência com o quero-quero, pois, conforme a entonação, o grito dessa ave pode significar perigo. Então os grandes roedores procuram refúgio na água.
Essa característica faz do quero-quero um excelente cão de guarda, sendo utilizado por algumas empresas que possuem seu parque fabril populado por estas aves.
Distribuição Geográfica:
O quero-quero é uma ave típica da América do Sul, sendo encontrado desde a Argentina e leste da Bolívia até a margem direita do baixo Amazonas e principalmente no Rio Grande do Sul, no Brasil. Habita as grandes campinas úmidas e os espraiados dos rios e lagoas.

FONTES:
  • Helmut Sick, 1988. “Ornitologia Brasileira”.
  • Marco Antonio de Andrade, 1997. “Aves Silvestres - Minas Gerais”.
  • John S. Dunning & William Belton, 1993. “Aves Silvestres do Rio Grande do Sul”.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CORUJA-BURAQUEIRA (Speotyto cunicularia)


Nome Popular: Coruja-buraqueira
Nome Científico: Speotyto cunicularia
Ordem: Strigiformes
Família: Strigidae
Gênero: Speotyto
Espécie: Cunicularia
Postura: 7 a 9 ovos
Incubação: 28 a 30 dias
Habitat: Restingas e cerrados.
Hábitos Alimentares: Pequenos roedores, répteis e insetos.
Tamanho: 25 cm
Peso: 150 g
Envergadura media da asa: 55 cm
 
A coruja-buraqueira possui este nome pois vive em buracos cavados no solo. Embora seja capaz de cavar sua própria cova, vivem nos buracos abandonados de tatus, cachorro de pradaria e tocas de outros animais.
De porte pequeno, a Coruja-buraqueira possui uma cabeça redonda, tem sobrancelhas brancas, olhos amarelos, e pernas longas. Ao contrário a maioria das corujas o macho é ligeiramente maior que a fêmea e as fêmeas são normalmente mais escuras que os machos.
É uma ave tímida, por isso, vive em lugares sossegados.
Durante o dia ela cochila em seu ninho ou toma sol nos galhos de árvores. Possui uma visão 100 vezes mais penetrante que a visão humana e uma ótima audição. Tem vôo suave e silencioso. Para enxergar alguma coisa ao seu lado ela tem que virar a cabeça, pois seus grandes olhos estão dispostos lado a lado, num mesmo plano. Por alimentar-se de insetos, é muito útil ao homem, beneficiando-o na agricultura. Come pequenos roedores (ratos), insetos e cobras. A coruja buraqueira anda sem destino enquanto caça, e depois de pegar sua presa vai para um puleiro, como uma cerca ou pousa no próprio solo. São aves principalmente crepusculares (ativo ao entardecer e amanhecer), mas caçará, se preciso, ao longo de 24 horas. A reprodução da coruja-buraqueira começa entre março ou abril.
O casal se revezando, alarga o buraco, cava uma galeria horizontal usando os pés e o bico e por fim forra a cavidade do ninho com capim seco. As covas possuem, em torno de 1,5 a 3 m de profundidade e 30 a 90 cm de largura. Ao redor acumula estrume e se alimenta dos insetos atraídos pelo cheiro. Botam, em média de 6 a 11 ovos; o número mais comum é de 7 a 9 ovos. A Incubação dura de 28 a 30 dias e é executada somente pela fêmea. Enquanto a fêmea bota os ovos, o macho providencia a alimentação e a proteção para os futuros filhotes. Os cuidados da cria, enquanto ainda estão no ninho são tarefa do macho. Quando os filhotes estão com 14 dias podem ser vistos empoleirando a entrada da cova, esperando pelos adultos e pela comida. Os filhotes saem do ninho com aproximadamente 44 dias e começam a caçar insetos quando estão com 49 a 56 dias.
A coruja buraqueira tem hábitos diurnos. Alimenta-se de sernambis e maria-farinha encontradas na parte alta da praia e pequenos répteis dentre a vegetação rasteira de restinga. Constrói seu ninho sob a areia, através de um túnel com mais de um metro de profundidade.
Integrada nessa escala evolutiva do meio ambiente costeiro, a coruja buraqueira constrói seu ninho sob a areia da restinga, chegando a cavar em torno de um metro e meio de profundidade. A sua sobrevivência, bem como a dos seus filhotes, dependem da plena estabilidade do túnel que leva ao ninho que não pode desbarrancar... É necessário então que as paredes do túnel de areia estejam bem firme pela agregação dessa antiga substância deixada pelo mar, até o dia final da chocagem dos ovos e saída das corujinhas.
O ninho é construído sob o cordão arenoso, entre as ipomeias e guriris, área onde também a coruja caça, enquanto vigia sua loca.
Sua principal fonte de alimento nessa área e a lagartixa-de-areia (Liolaemus lutzae), espécie na lista oficial de extinção que habita a parte alta da praia junto aos ninhos.
O maior inimigo da coruja buraqueira é o homem, visto que, por ser uma ave de rapina, essa espécie quase não tem predadores naturais. Entretanto, o danoso trânsito de carros bugres sobre a vegetação da praia é o principal fator da destruição da coruja buraqueira, juntamente com outras espécies da fauna da praia que compõem a cadeia alimentar. Pois ao passarem sobre a "boca" dos ninhos, esses veículos soterram o túnel matando mãe e filhotes asfixiados debaixo da camada de areia em que se encontram.

 
            www.felipex.com.br

sexta-feira, 22 de julho de 2011

PUMA OU SUÇUARANA


NOME COMUM: Suçuarana, puma, onça-parda
NOME CIENTÍFICO:
Felis concolor 

NOME EM INGLÊS: Cougar/Mountain Lion/Puma
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Carnívora
FAMÍLIA: Felidae

CARACTERÍSTICAS:
Comprimento:
até 2,40 m
Altura: até 63 cm
Peso: até 100 Kg
Período de gestação: de 86 a 95 dias
Ninhada: 2 a 3 filhotes
Período de vida: 15 anos
A suçuarana também é conhecida como puma e onça parda. Conta-se que uma só suçuarana matou 15 carneiros selvagens durante uma saída para caçar. Por outro lado, ela raramente ataca o homem e tem tanto medo de cães que sobe em árvores para escapar deles quando a acuam.
A suçuarana ocorre nas Américas, desde o Canadá até quase o extremo da América
do Sul. Seu pelo é em geral bege rosado, mas pode ser cinza, marrom ou cor de ferrugem. O comprimento do pelo varia conforme o habitat - vai de curto a muito longo.
A suçuarana está à vontade em cima das árvores; equilibra-se com a cauda felpuda ao saltar de galho em galho.
A suçuarana é um animal solitário e prefere viver em lugares de difícil acesso - florestas, desertos e montanhas. Geralmente caça ao entardecer. O carneiro selvagem, o veado e o caititu constituem suas presas habituais. Os adultos se comunicam por meio de uma espécie de silvo estridente. A fêmea tem a cria em cavernas ou em cepos ocos. Os filhotes abrem os olhos com 10 dias e ficam com a mãe até os 20 meses.
 FONTE: www.saudeanimal.com.br

quarta-feira, 20 de julho de 2011

BUGIO

Nome Vulgar: BUGIO
Nome em inglês: Red Howler Monkey
Nome Científico:
Alouatta seniculusOutros Nomes: Guariba, barbado bugio e roncador.
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Espécies: 5
Subespécies: 21 do gênero Alouatta
Distribuição: Ocorrem desde as matas costeiras do sul do México até o Chaco e o sudeste brasileiro
Habitat: Uma variedade de ambientes que vai da floresta tropical úmida aos campos cerrados.
Hábito: Diurno
Comportamento: Grupo de até 10 indivíduos
Longevidade: 20 anos
Maturidade: Fêmea - 4 a 5 anos, Macho - 6 anos
Época reprodutiva: Durante todo o ano
Gestação: 4 a 5 meses
Desmame: 1,5 a 2 anos
Nº de filhotes: 01
Características: O corpo é forte e maciço. A cabeça, também maciça, nos machos parece ainda maior, devido aos longos pêlos que revestem o queixo, (por isso ele também é conhecido como macaco barbado) e ao grande desenvolvimento do osso hióide, em forma de cápsula, que funciona como caixa de ressonância. A cauda é muito musculosa, com a porção inferior da ponta desprovida de pêlos e dotada de grande sensibilidade. Enrola-se firmemente nos galhos e funciona como um quinto membro, sustentando o corpo por longos períodos de tempo, por exemplo, enquanto o animal se alimenta.
Cor: Sua coloração varia do preto ao vermelho. Em uma das espécies, encontrada no Brasil central (Alouatta caraya), os machos são completamente negros enquanto que as fêmeas e os filhotes apresentam colorido castanho-oliváceo (veja a foto ao lado).
Peso adulto: 5 a 9 Kg
Tamanho: até 70 cm de comprimento
Peso filhote: 120 a 130 g
Alimentação na natureza: Folhas e frutas
Alimentação em cativeiro: Frutas diversas, verduras e iogurte
Causas da extinção: Tráfico de animais. A espécie encontra-se ameaçada de extinção, principalmente devido à destruição de seu hábitat e também à caça indiscriminada. Sua carne e pele são muito apreciados pelos índios e caboclos.
Havia uma história interessante a respeito dos guaribas ( ougios). Quando o grito matinal desses macacos ecoava pela floresta amazônica, acreditava-se que eles estavam entoando um hino ao sol e que os gritos eram acompanhados por ritos que só os animais conheciam. Contudo, os naturalistas destruíram essa lenda. O guariba foi estudado de perto, em seu próprio meio, e logo se encontrou a razão de tais gritos. Sabe-se atualmente que esses macacos vivem em bandos e que os bandos se comunicam por meio de gritos.
O GRITO DO BUGIO
Há uma história interessante a respeito dos bugios (ou guaribas). Quando o grito matinal desses macacos ecoava pela floresta amazônica, acreditava-se que eles estavam entoando um hino ao sol e que os gritos eram acompanhados por ritos que só os animais conheciam. Contudo, os naturalistas destruíram essa lenda. O bugio foi estudado de perto, em seu próprio meio, e logo se encontrou a razão de tais gritos. Sabe-se atualmente que esses macacos vivem em bandos e que os bandos se comunicam por meio de gritos. Os bugios emitem uma série de sons: uivo, latido, gemidos, etc. Cada som tem um significado: perigo, um filhote perdido, um companheiro ferido, e muitos outros. De onde vem então a história do hino matinal? Como cada bando de bugio tem seu próprio território, os gritos servem para participar aos vizinhos os limites desse território, do qual os estranhos devem manter distância. Quando os dois bandos se encontram, sua hostilidade também é mostrada por meio de gritos. E vence quem gritar mais alto!

 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

                                   

Mudança Climática

O desmatamento é a segunda maior causa - após a queima de combustíveis fósseis - pela emissão de dióxido de carbono que acarreta o aquecimento global. As florestas captam dióxido de carbono da atmosfera e o transformam em biomassa, como as raízes, os troncos e as folhas. Toda vez que florestas são queimadas ou cortadas, o carbono armazenado nelas é liberado. As ações necessárias para pôr fim ao desmatamento e reduzir os efeitos das mudanças climáticas são de grande escala e exigem uma articulação entre as esferas política, econômica e científica. A conservação e a restauração da Mata Atlântica reduzem os impactos da mudança climática e beneficiam comunidades humanas, assim como plantas e animais.


Escassez e Poluição da Água

Florestas saudáveis agem como esponjas gigantes que sugam a água das chuvas e as liberam, gradativamente, nos rios. Elas também protegem os cursos d’água e mantêm sua qualidade ao reduzir sedimentos e filtrar poluentes. A perda da floresta contribui para a erosão, a diminuição da qualidade da água e as mudanças nos fluxos hídricos. Atualmente, a escassez de água atinge mais de 40% da população mundial (Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 2001). Milhões de brasileiros que vivem em metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, dependem da saúde das bacias hidrográficas para proteger os seus recursos hídricos. Comitês de grandes bacias- hidrográficas na Mata Atlântica começaram a coletar uma taxa pelo uso da água e a usar parte destes fundos para a conservação e a restauração dessas respectivas bacias.


Proteção de Áreas Públicas

Menos de 2% da área original da Mata Atlântica está protegida em unidades de conservação de proteção integral: parques nacionais, reservas biológicas e estações ecológicas. Esta área é insuficiente para assegurar a viabilidade ecológica de muitas espécies. Ações urgentes são necessárias para evitar a extinção de espécies. É importante trabalhar junto com os governos para estimular a criação de novas Unidades de Conservação (UCs) e implementar estratégias de gestão a fim de assegurar a conservação e a sustentabilidade destas áreas a longo prazo.


Proteção de Reservas Privadas

A maior parte da Mata Atlântica está nas mãos de proprietários privados. A criação de incentivos financeiros a proprietários de terra e organizações conservacionistas para a criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma ação fundamental. Proprietários de terras podem voluntariamente proteger suas áreas de florestas de forma legal em perpetuidade e receber isenção fiscal por isso.


Desenvolvimento Sustentável

Comunidades rurais e tradicionais têm um importante papel na conservação e restauração das florestas. O emprego de métodos de produção sustentável em torno das unidades de conservação proporciona alternativas de renda sustentável para as populações locais e protege as florestas a longo prazo. A produção de artesanato, sementes, plantas medicinais, chás como erva-mate e outros produtos florestais não-madeireiros está crescendo rapidamente.



Fonte: http://www.pactomataatlantica.org.br/desafios-oportunidades.aspx?lang=pt-br

sábado, 16 de julho de 2011

JEQUITIBÁ




O jequitibá - Cariniana legalis -figura na relação das árvores mais altas do Brasil - tais como o jatobá, asapucaia, o angelim, a jaterena, a jenipaparana - sendo a maior da Mata Atlântica. Ele mede, em geral, de trinta a trinta e cinco metros, mas pode atingir até sessenta metros (altura de uma construção de vinte andares) sendo visualizado ao longe, quando atinge a idade adulta, muito acima das outras árvores. Por essa razão, os índios o denominaram gigante da floresta, emtupi-guarani.
O jequitibá tem o tronco cilíndrico, com uma casca muito grossa e dura, difícil de ser serrada, e apresenta sulcos profundos. Quando a madeira é envernizada fica na cor acaju. Formado por uma espécie de cápsula que abriga as sementes, o fruto é chamado canudo-de-cachimbo, por sua semelhança com o fornilho do cachimbo, a parte onde se deposita o tabaco. Na primavera, as folhas apresentam um tom avermelhado, e as flores podem ser brancas, vermelhas ou amarelas. Essa árvore é capaz de viver alguns milhares de anos.

Cabe ressaltar que a família das Lecitidáceas possui vinte e quatro gêneros, com cerca de quatrocentos e cinqüenta espécies, dentre as quais se destacam pelo nome jequitibá, várias árvores de grande porte. Neste sentido, os botânicos colocaram a denominação jequitibá e, em seguida, algum caráter típico dela, como a cor de sua madeira ou da flor. Logo, tem-se o jequitibá-vermelho (Cariniana estrellensis); o jequitibá-branco ou grande (Cariniana legalis); o jequitibá-roxo (Cariniana domestica); e o jequitibá de Mato-Grosso - que produz uma madeira branca, apropriada para a fabricação de caixotes e pastas para papel; e o jequitibá da manta - uma espécie da família dasLecitidáceas, muito ornamental, que possui uma copa ampla, a casca rugosa, e é nativa do Rio de Janeiro; entre outros.

Os quinhentos anos de colonização e a exploração desordenada exterminaram os jequitibás no Nordeste do Brasil. As árvores foram transformadas em materiais de construção e de mobiliário ou, simplesmente, foram derrubadas para gerar mais espaço para as plantações. No presente, os jequitibás podem ser vistos do Espírito Santo até São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.

      Há mais de cinqüenta e cinco anos, não são encontrados jequitibás no Estado de Pernambuco. Os últimos registros são datados de 1952, e estão nos arquivos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco (IPA). No primeiro, consta que o botânico italiano Adolpho Ducke (1876 - 1959) encontrou um jequitibá na Usina Mussurepe, em Paudalho, perto da Estrada de Aldeia, na Zona da Mata Norte do Estado, em um remanescente florestal; e, no segundo, que o botânico paraibano Dárdano de Andrade Lima (1919 -1981), que era curador do herbário do IPA, encontrou um outro no Engenho Itaboraí, em Paudalho/PE. Segundo esses dois pesquisadores, existiam muitos jequitibás na área onde, hoje, só restam dois, mas eles foram derrubados para se expandir a fronteira agrícola, e passaram a fazer parte das árvores em processo de extinção. No presente, podem ser encontrados apenas na Região Sudeste, e em alguns Estados vizinhos.


O jequitibá faz parte da cultura brasileira, tendo emprestado seu nome para ruas, cidades e parques. Em uma das novelas da TV Globo, além disso, representando a força de um fazendeiro, o ator Antônio Fagundes enterrou um facão em um pé de jequitibá. No que diz respeito à músicas, a árvore foi homenageada em Saudade da Minha Terra, de Goiá e Belmonte, cantores caipiras: ...vou escutando, o gado berrando, o sabiá cantando no jequitibá... E também foi cantada por José Ramos, sambista da Mangueira e parceiro de Cartola, que compôs a música Jequitibá, em dezembro de 2001: 

...Ô ô ô ô ô
O Jequitibá do samba chegou
Mangueira é uma floresta de sambistas
Onde o Jequitibá nasceu....


A madeira do jequitibá, além de servir para construção e mobiliário, é empregada na fabricação de papel, de estopa, e na calafetagem das embarcações. Em se tratando de remédios populares, a infusão de sua casca è utilizada para gargarejos, em afecções da boca e da garganta; sendo usada também como adstringente em diarréias e anginas.

              
No Parque Estadual do Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro, no Estado de São Paulo, encontra-se um imenso jequitibá-rosa. Sua idade foi estimada em 3.050 anos e ele ainda frutifica. Na época  da construção do Parque, a árvore só não foi derrubada porque não se conseguiu um instrumento que pudesse fazê-lo.

O artista plástico Álvaro Apocalipse idealizou a bandeira de Minas Gerais e colocou o jequitibá no centro dela, dentro de um triângulo. O jequitibá-rosa, por sua vez, é a árvore símbolo do Estado de São Paulo. Essa árvore foi inserida no emblema do Partido Republicano Paulista, na histórica Convenção Republicana de Itu, em 1878; e também representa a Escola Paulista de Medicina. E, segundo a Lei Nº 6.146 08, de fevereiro de 2000, o dia 21 de setembro passou a ser comemorado, anualmente, como o dia estadual do jequitibá-rosa. O jequitibá, por sua beleza e imponência, foi escolhido, inclusive, como a árvore símbolo da fraternidade nacional.


Recife, 18 de setembro de 2008.


FONTES CONSULTADAS:


ÁRVORES SÍMBOLO. Disponível em: <http://www.floraefauna.com/arvores_simbolo.htm>. Acesso em: 5 mar. 2008.

CASOS de árvores. Disponível em: <http://www.arvores.brasil.nom.br/textos/casos/casos.htm>. Acesso em: 5 mar. 2008.

CORRÊA, Manuel Pio. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926-1978.

ESTAMOS no caminho certo. Disponível em: <http://www.estradareal.org.br/cidad/onde_ir/index.asp?codigo=126>. Acesso em: 5 mar. 2008.

GRANDE Enciclopédia Barsa. 3. ed. São Paulo: Barsa Planeta Internacional, 2005.

JEQUITIBÁ. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jequitib%C3%A1>. Acesso em: 5 mar. 2008.

JEQUITIBÁ. Jornal do Commercio, Recife, 5 de mar. 2008. Caderno Cidades, p. 6.

JEQUITIBÁ-ROSA. Disponível em: www.esalq.usp.br/trilhas/uteis/ut18.htm . Acesso em: 5 mar. 2008.