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sexta-feira, 25 de março de 2011

SOBRE O NOVO CÓDIGO FLORESTAL


       
       Na tarde de ontem (22/03/2011) uma comitiva do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), junto ao deputado Moreira Mendes, entregou ao presidente da Câmara Federal, Marco Maia, uma carta comunicando a importância da votação do Novo Código Florestal. A agenda aconteceu em Brasília como desfecho da reunião do Conseagri, que aconteceu durante todo o dia da última terça-feira no Ministério da Agricultura (Mapa).

       Segundo a Secretária de Agricultura sul-mato-grossense e presidente do Conseagri, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, "a legislação tem de refletir a realidade encontrada no campo. Caso o Substituto do Código Florestal não seja aprovado, 90% dos produtores irão entrar na ilegalidade, pois descumprem, involuntariamente, o Código Florestal em vigor", argumenta ela, explicando a urgência da votação. O conselho pede que a proposta apresentada pelo relator do projeto de reformulação do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo, seja colocada em pauta antes de junho.

       A Câmara dos Deputados criou, a pedido do presidente Marco Maia, uma Câmara de Negociação para debater o Código Florestal. Esta Câmara é composta por ambientalistas, ruralistas, governo e entidades ligadas ao setor.

       Pode ficar para maio a votação do substitutivo do Código Florestal na Câmara dos Deputados. A possibilidade foi levantada por parlamentares em mais uma audiência da Comissão de Meio Ambiente. Nesta quarta, dia 23 de março de 2011, foram ouvidos pesquisadores da área.

       Ambientalistas defenderam que deve haver mais debate. Já representantes do governo de São Paulo apoiaram o substitutivo. Um documento assinado por 30 deputados gaúchos foi entregue ao presidente da Comissão defendendo o texto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Apesar do acordo entre líderes prever a votação em Plenário ainda em março, não há consenso sobre o prazo. Mesmo o relator admite que haverá alterações.

– Há coisas com as quais estou de acordo e posso dizer que parte disso vai ser acolhido no processo de negociações – informa Rebelo.

       Outro indicativo de que a votação não será em março são os trabalhos da Câmara de Negociação, formada para analisar o tema. A primeira reunião aconteceu nesta terça, dia 22, e o grupo receberá sugestões até o dia 29. De acordo com os deputados, o documento final só deve ficar pronto no meio de abril.

       As propostas de mudança na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 causam intensos debates no Congresso Nacional. As principais controvérsias: manutenção de Reservas Legais (RLs) de 80% no Bioma Amazônico e de 35% no Cerrado presente na Amazônia Legal e a extinção, em todos os Biomas do País, das restrições legais ao uso econômico de Áreas de Preservação Permanente (APPs) nos topos de morros e às margens dos cursos d’água.

       Trata-se de uma disputa histórica. De um lado, ruralistas defendem a diminuição do percentual de RLs. Querem, ainda, modificar-lhes a destinação, o que permitiria o plantio de monoculturas, a exemplo do Dendê. No outro lado, setores do Governo Federal e do movimento ambientalista defendem a aplicação irrestrita do Código Florestal e da Lei de Crimes Ambientais, já regulamentada.

       Percebe-se que o enfoque dos atores envolvidos é a efetividade de RLs e APPs. Limitam-se ao aspecto territorial da questão: presença ou não de áreas especialmente protegidas em propriedades privadas ou públicas. Com esse enfoque, pouco se reflete sobre a eficácia desses importantes mecanismos de realização do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (artigo 225, caput, da Constituição do Brasil).

LEI FEDERAL Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965

Institui o Novo Código Florestal
http://www.saoluis.ma.gov.br/custom_files/File/1965_Lei_Fed_4771%20esse.pdf

terça-feira, 1 de março de 2011

DESTRUIÇÃO DA MATA ATLÂNTICA


A destruição da Mata Atlântica começou no início da colonização européia, com a extração do pau-brasil (Caesalpinia echinata) e continua até os dias atuais, principalmente pela pressão urbana.

A Mata Atlântica originalmente ocupava 16% do território brasileiro, distribuída por 17 Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, e Piauí. Atualmente este ecossistema está reduzido a menos de 7% de sua extensão original, dispostos de forma fragmentada ao longo da costa brasileira, no interior das regiões Sul e Sudeste, além de trechos nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e no interior dos estados nordestinos. (MMA, 2000). Do que se perdeu, pouco se sabe, milhares, ou talvez milhões, de espécies não puderam ser conhecidas.

Das espécies vegetais, muitas correm risco de extinção por terem seu ecossistema reduzido, por serem retiradas da mata para comercialização ilegal ou por serem extraídas de forma irracional como ocorreu com o pau-brasil e atualmente ocorre com o palmito juçara (Euterpe edulis), entre muitas outras espécies.

Para a fauna, observa-se um número elevado de espécies ameaçadas de extinção, sendo a fragmentação deste ecossistema, uma das principais causas. A fragmentação do habitat de algumas espécies, principalmente de mamíferos de médio e grande porte, faz com que as populações remanescentes, em geral, estejam subdivididas e representadas por um número consideravelmente pequeno de indivíduos (Câmara, 1991).

Apesar de toda a destruição que o ecossistema vem sofrendo, aproximadamente 100 milhões de brasileiros dependem desta floresta para a produção de água, manutenção do equilíbrio climático e controle da erosão e enchentes. Em 1985, em Cubatão, no litoral do estado de São Paulo, devido à poluição intensa das indústrias da cidade (conhecida, no passado, como Vale da Morte) e às chuvas fortes do mês de fevereiro, houve um enorme deslizamento da Serra do Mar sobre esta cidade, gerando uma situação de calamidade pública. Comunidades tradicionais que habitam áreas costeiras, vem sendo "empurradas" para o interior ou para as grandes capitais por conta do avanço imobiliário nestas regiões.

Principais agressões à Mata Atlântica:

Está sendo derrubada para:

- Extração de madeira;
- Moradia, construção de cidades;
- Agricultura;
- Industrialização, e consequentemente poluição;
- Construção de rodovias.

Além do desmatamento a Mata Atlântica também sofre:

- Pesca predatória;
- Turismo desordenado;
- Comércio ilegal de plantas e animais nativos;
- Exportação ilegal de material genético;
- Fragmentação das áreas preservadas.